O PANTEÃO DE DEUSES ANTINOUS

 

As imagens sagradas de Antínous afetuosamente guardadas nos museus do mundo, mostram que Adriano tinha a intenção que soubéssemos que Antínous tinha uma miríade de seres sagrados contidos num só. Tendo ele como modelo, sejamos livres para amar Antínous nas suas completas e variadas formas, com a noção que ninguém excede os outros, porque todos são a verdade da sua divindade e todas ilusões. O verdadeiro Antínous, o rapaz que nasceu na Bitínia, que Adriano amou e que foi levado pelo Nilo é um completo estranho. É este o Deus que procuramos, que nos chama, o mais misterioso e o mais belo de todas as formas. Este é o rapaz que caiu ao Nilo e emergiu como um Deus.

As comparações que foram feitas por Adriano com a mitologia entre Antínous e os mais famosos deuses tinham o significado de comunicar a sua mensagem às massas que podem não ter entendido o que os oráculos escritos ou orais estavam a traçar para a sua deificação. Se entender Dionísios, então começará a entender Antínous, se entender Osíris, então começará a entender Antínous, se entender a constelação de Aquila, então começará a entender a Estrela de Antínous. Mas as palavras escritas foram perdidas e o seu nome foi apagado dos mapas dos céus e apenas as estátuas ficaram para guiar os nossos caminhos. Com estas imagens perfeitas no nosso passo, relembremos que a maioria não vê retratado em Antínous os atributos de nenhum deus, mas somente nu tal qual como qualquer um de nós. Isto dá a impressão que Antínous é um Deus sem precedentes, comparável com os famosos deuses somente como uma extensão, que temos primeiro de entender a partir daí.

Estes são apenas alguns dos muitos caminhos que levam ao verdadeiro Antínous e cada um constitui o todo desta religião. Pela sua graça, que ele nos possa guiar à Estrela Negra que é a porta para a sua salvação.


VIDA
DEUS GAY
ESTRELA
CULTO
HOMOTHEOSE
LITURGIA
PANTHEON
ECCLESIA ANTINOI
ANTINOUS OSÍRIS


Os primeiros crentes em Antínous foram os camponeses egípcios e os sacerdotes Kemetic que se juntaram à frota imperial na sua viagem a subir o Nilo. Eles reconheceram que o sacrifício de Antínous ao afogar-se no rio, fê-lo um deus pelas suas antigas tradições. Daqui resultou que as primeiras formas de adoração eram egípcias e recordou que Antínous era uma das deidades do Nilo, colocando-o entre as várias divindades. Antínous pode então ser venerado com todos os atributos da religião Egípcia. Em Antinoópolis, dois templos foram construídos, um grego e outro egípcio. As duas fés coexistiam pacificamente mas os crentes egípcios mantiveram-se na maior parte na antiga fé Kemetic. Os atributos de Osíris foram aplicados a Antínous e neste sentido, é como o Falo perdido de Osíris que nunca foi recuperado do Nilo, que se pensa ter-se afogado, emprestando a sua fertilidade à lama do rio que inunda os campos e promete a sua fecundidade na colheita. A morte de Antínous é portanto no seu grandioso sacrifício a manutenção do princípio de Maat que assegura a paz e estabilidade do mundo às custas da sua vida. Ele morreu para que milhões pudessem viver. A inundação do Nilo que ocorreu imediatamente a seguir ao seu afogamento, foi o primeiro milagre e sinal da sua divindade.

 
ANTINOUS DIONÍSIO

O segundo Templo de Antínous foi dedicado a Antínous, o Divino Efebo. Foi o mais grandioso dos dois templos porque a cidade de Antinoópolis era uma colónia da civilização greco-romana no coração do Egito. Os gregos eram propositadamente encorajados a emigrar para a cidade. Foi adornada com todos os confortos da civilização grega que Adriano tanto admirava. Antínous foi assimilado com Dionísio, o Deus das vinhas, que também é considerado eternamente belo e jovem. O seu espírito de liberdade e libertação indulgente, fê-lo popular entre os reprimidos como as mulheres, escravos, artistas e homossexuais. Dionísio, como Osíris é um Deus da fertilidade, o êxtase da embriaguez que se diz ser o seu presente à humanidade. Grandes partes das imagens de Antínous retratam-no com os trajes de Dionísio, com a coroa de hera, o Tirso e a pele de leopardo. Antínous-Dionísio foi venerado por um grupo de artistas em Roma, e muito provavelmente eram atores e poetas. Os escultores que o representaram com tamanha perfeição faziam sem dúvida parte do seu culto. Todas estas artes eram notoriamente como sendo ocupações de homossexuais, tal como o são agora. Esta particular manifestação de Antínous é portanto o lugar onde Adriano propositadamente falava aos homossexuais romanos, dando-lhes um novo Deus em quem acreditar e que condensou num só a beleza do sexo masculino. Este Deus, Antínous-Dionísio incorpora o mistério do culto orgiástico da fé greco-romana e foi a forma religiosa que mais se espalhou por todo o mundo. Pode então ser expressa a fé romana através da veneração a Antínous como o Deus da embriaguez e da liberdade e que foi o presente de Dionísio à humanidade.

 
ANTINOUS APOLO

Muitas das estátuas mostram Antínous mostram-no com os atributos de Apolo, o culto e refinado Deus das Artes. Adriano foi o mais crente em Apolo de todos os imperadores. Ele trouxe nova vida às artes clássicas, patrocinando escultores e pintores que imitassem e exaltassem os antigos mestres. A proliferação das estátuas de Antínous que de muitas formas imitam e ultrapassam os antigos mestres gregos, são um exemplo dos aspetos de Apolo na religião de Antínous. Os artesãos de Apolo eram as Musas, que eram inspiradas pela perfeição da criação e em troca inspiraram a humanidade a recriar esta perfeição através das artes. A mais longe e duradoura fação da religião de Antínous foram os que admiraram as suas imagens como o pináculo da arte clássica. Tanto foi escrito acerca das suas imagens assim como da sua fé e para muitos, é uma extensão da sua veneração. Pode-se venerar e adora Antínous através do amor das suas imagens, por pura idolatria, primeiro como admirador e depois como artista. “The Cytharode of Curium” canta um belo hino a Antínous, sendo acompanhado com uma lira. O poeta Pancrácio escreveu um poema épico acerca da caça ao leão da Maurosia. Os escultores, sob a cuidada direção de Adriano, recriaram a verdadeira imagem de Antínous aos milhares. O Cardial Alessandro Albani no início de 1700 exibiu a sua fé em Antínous ao tornar-se o principal colecionador do mundo das suas imagens até aos dias de hoje. Oscar Wilde, Fernando Pessoa e Marguerite Yourcenar escreveram poemas e prosa que captaram a memória e elegância de Antínous, o Deus que inspirou as artes, quando vivo. Admirando a maravilhosa arte de Antínous e recriando-o, estamos a fazer parte da religião Antínous-Apolo.

   
ANTINOUS GANIMEDES

O mistério da estrela de Antínous tem fundamento na veneração de Antínous Ganimedes que é o espírito da Era de Aquário. É o portador da taça dos deuses de onde jorra o vinho da juventude eterna. Ele é a juventude e a gentileza, inocência e alegria. Carregado aos céus nas asas de uma águia, Antínous Ganimedes é a alma do crente que será igualmente elevada quando for provado a suavidade da sua boca. Os astrólogos apenas revelaram o que viram. Um rapaz com forma radiante que se parece com Ganimedes, que foi levado da sua casa pelo amado Deus de Roma. Antínous foi tirado da obscuridade e trazido para a frente do mundo por Adriano, o Novo Zeus, sem dúvida tão imprevisível e glorioso. A águia que desde sempre foi um símbolo celeste e nacional de poder a imagem de Força, Justiça, Glória, Poder e a Liberdade dos céus. Dando as mãos a uma pomba, torna-se uma conjunção de forças. Poder e Amor, Majestade e Beleza, Justiça e Paz, Desejo e Perfeição, Lógica e Sabedoria… Vida e Morte. O amor de Adriano por Antínous é o amor que todos os homens têm pela juventude, nos outros e por eles mesmos. A adoração por Antínous Ganimedes é o desejo de fazer parte da sua taça da imortalidade, para perpetuar o brilho da alegre juventude e como a morte não passa de um conto de fadas.

   
ANTINOUS ATTIS  

Antínous era da moderna nação da Turquia. Outro nome para esta nação era a Frígia. É um país com uma história muito longa, tão longa quanto qualquer outra da história humana. Da época de Catal Huyuk, as primeiras fundações encontradas, ao Império Hitita, à Guerra de Troia, às Sete Igrejas do Livro da Revelação, aos poemas místicos de Jalaludin Rumi, a Frígia acrescentou à sua história e à sua identidade espiritual, que é distinta da cultura Helenística, da qual tem sido absorvida. O primeiro deus romano que exemplifica esta diferença, é o Deus Attis de o culto à Grande Mãe dos Deuses. Attis foi um belo rapaz que foi considerado louco pelo amor da Grande Mãe Cibele e ele ter-se-á castrado debaixo de um pinheiro e do seu sangue terão nascido flores violetas. Roma levou esta religião sobre grande austeridade. O centro desta violenta religião de auto mutilação era localizado na colina do Vaticano, hoje o local da Basílica de São Pedro. Algumas imagens representam Antínous com a pinha que é o símbolo de Attis. Estes sacerdotes da Grande Mãe, após a auto castração, viviam o resto da vida vestidos de mulher. Eram sacerdotes travestis, responsáveis por espalhar a fertilidade da Grande Mãe aos campos da Terra, derramando o seu sangue na terra. Esta prática vive até hoje no culto romano católico na irmandade de penitência em Espanha, Filipinas, México e no Sudeste dos Estados Unidos. Apesar da prática do transformismo ter terminado, o derrame de sangue não acabou. Diz-se que Attis terá nascido no rio Sangarius que também corria pela Bitínia, o local de nascimento de Antínous. Após se ter castrado, Attis morreu sob uma árvore do pinheiro depois de ter banhado a sua virilha a sangrar no rio Gallus que diz-se ser uma alegoria do deus rapaz moribundo, ou do sol, que morre ao lado da Via Láctea no solstício de inverno. Sob Antínous Attis a prática do sagrado transformismo e da androginia é santificada. Pode-se tomar parte no antigo mistério frígio através do espírito do androgenia e do sagrado transformismo.

   
ANTINOUS DIANA

Adriano e Antínous adoravam caçar e era talvez o seu passatempo favorito. Apenas algumas imagens os representam juntos e em todas elas é mostrado o envolvimento na caça. As esculturas em relevo do arco de Constantino, mostram Adriano e Antínous a caçar um javali e ambos de pé com os pés sobre o corpo de um leão, talvez o leão mauriciano do poema épico de Pancrácio. Crê-se que esta caça foi vista como uma tarefa espiritual sobre o domínio e o caos da Natureza às mãos da humanidade. Uma inscrição permanece dedicada a Antínous e Diana, a deusa da caça, revelando que estas duas divindades, ambas recordadas como homossexuais, estavam intimamente ligadas. Antínous é como a versão masculina de Diana e de facto, quase todos os deuses rapazes que morreram foram recordados como caçadores, incluindo o famoso Adónis. Os cães são sagrados para Antínous como o caçador. O tempo que Antínous passou com Adriano é praticamente equivalente ao tempo de vida de um cão caçador. Antínous tem todas as características de um cão caçador, belo, refinado, forte, masculino, jovem, viril, cheio de vida, carinhoso, precioso, afetuoso, bem-disposto, emocional, preguiçoso, talvez feroz, facilmente depressivo, contudo cheio de alegria e intensamente leal a Adriano até ao ponto do suicídio. Este aspeto canino de Antínous e o trilho do caçador é outra faceta desta religião que, de muitas formas, contradiz muito o resto da sua religião estabelecida mas é talvez o aspeto mais definido da sua verdadeira vida. Pelo pouco que é conhecido sobre o verdadeiro Antínous, a única certeza é de que ele foi um caçador.

   
ANTINOUS EROS

O Imperador Adriano em devoção à sua religião, empreendeu esforços para o desenvolvimento de três divindades. O primeiro foi Zeus-Júpiter, a segunda foi Vénus e o terceiro, Antínous. Os gregos proclamaram Adriano para ser a incorporação viva de Zeus e o pai espiritual do país. Contudo, a fé pessoal de Adriano estava centrado na deusa Vénus. Ele construiu um magnífico Templo de Vénus em Roma um dos maiores da cidade. Para ele, Vénus era a mãe dos cidadãos romanos e a protetora da nação. A sua crença originou-se na história de que Vénus era a mãe de Aeneas, filho do rei Príamo que teria fugido da cidade ardida de Troia quando caiu nas mãos dos gregos. É contado pelo poeta Virgílio que Vénus guiou Aeneas e os seus seguidores para Itália onde fundaram a cidade de Roma. Para Adriano, Vénus era mais do que uma deusa do amor carnal como é tipicamente representada no mito mas a deusa do amor em geral e, portanto, da paz e da beleza. Ele prometeu Vénus como o emblema da sua nova filosofia para a civilização, de que Roma devia ser baseada no amor e harmonia entre as nações que fez surgir o Império. Antínous é assim o filho de Vénus, Eros a quem as pessoas chamam de Cúpido. Antínous foi o desejo de Adriano, exemplificando o desejo de si mesmo. Como Eros, Antínous é amor, a força que a beleza inspira nos homens. Antínous é o amante a quem seguimos nos nossos corações. A veneração da beleza e sensualidade nos homens é uma expressão do amor de Antínous-Eros. Vénus é uma grande e cósmica força de beleza, uma parte da ordem da Natureza mas Antínous-Eros é a mais poderosa de todas as divindades, a mais inegável, aquela que se apodera de nós quando menos esperamos, aquela que nos abandona facilmente e nos deixa desamparado, a única capaz de nos guiar até à beira da insanidade, forçando-nos a cometer todo o tipo de extravagâncias em seu nome. Diferente da sua mãe, Antínous é infantil nos seus desejos, é uma criatura de impulsos e emoções, que abandona toda a razão para atender a tudo o que entende ser belo. Mas o mesmo Antínous-Eros é também aquele a quem todos os poemas são escritos e todas as músicas são cantadas. É a mais graciosa de todas as divindades, a que nos eleva aos mais altos reinos da união transcendental com os nossos semelhantes, o que nos faz cair apaixonados, acima e além de qualquer outra emoção humana. Esta paixão incontrolável é o que faz Antínous-Eros a mais charmosa e desejável de todas as divindades, a que mais prazer dá de venerar nas maravilhosas faces da humanidade. Em seu nome, temos a vontade a entregar as nossas vidas e a morrer por aquele que nos foi designado a amarmos. Nenhum outro Deus tem este poder. Antínous-Eros é a única força capaz de superar a morte.

 
   
ANTINOUS MITRA

Outro culto da Roma antiga que teve o seu começo na Frígia, são os Mistérios de Mitras e do seu mais antigo primo, os Mistérios Órficos. Estes são primeiramente uma irmandade celestial e iniciática que olhava para as novas descobertas da astronomia para a sua inspiração. Um bitínio de nome Hiparco noticiou que parece ter ocorrido uma mudança no Equinócio da Primavera quando comparado com os antigos mapas astrológicos da Babilónia. Ele acreditou que o sol moveu-se para trás através do Zodíaco a uma velocidade lenta. Ele apresentou a teoria de que as estrelas se tinham movido sob a influência de uma força super cósmica mas terá levado centenas de anos para ser verificado. Quando assim aconteceu, tornou-se uma nova religião que levou muitas das suas ideias dos mitos órficos e falou de uma divindade que existe para além dos confins do cosmos, não tendo nada a ver com o nosso mundo, um ser perfeito de pura luz, de quem o nosso mundo é um pálido reflexo. A religião do Mitraísmo foi o resultado desta combinação de filosofias astrológicas e órficas, misturadas com ideologia Platónica. Mitra é representado a usar o gorro da Frígia, também chamado como o gorro das estrelas. Simboliza a liberdade e foi colocado na cabeça de um escravo livre. Teologicamente, a liberdade que Mitra inicia é a liberdade aos confins do mundo e da mortalidade. A antiga religião grega esteve por centenas de anos a condenar as almas dos falecidos ao sono do esquecimento e desaparecimento no submundo. Os meios para escapar a esta eterna escuridão era conquistarem a imortalidade através da fama pelos atos heroicos. O mitraísmo oferecia uma alternativa à alma para quem entrasse nos mistérios secretos deste deus celestial em que a alma é guiada através das sete esferas planetárias que aprisionam a vida na Terra. O mitraísmo espalhou-se rapidamente por todo o império ao mesmo tempo que o evangelho de Jesus ganhava terreno. As duas fés estão profundamente relacionadas e por algum tempo estiveram em competição. O cristianismo triunfou porque estava aberto a todos enquanto o mitraísmo era exclusivo para homens. Muitos creem que Antínous e Adriano, sendo ambos curiosos e profundamente religiosos, possam se ter envolvido nas iniciações secretas e estivessem incluídos na salvação que Mitras teria mostrado a todo o mundo. O segredo da Estrela de Antínous, a sua localização e a mensagem implícita que encerra, tem todos os atributos do mitraísmo e há uma ou duas imagens que mostram Antínous a usar o gorro frígio das estrelas. Podemos por isso ver Antínous no papel do Deus da Era de Aquário e o sucessor de Mitra, que foi o Deus da Era de Peixes.

 
   
ANTINOUS O GNÓSTICO

Muito próximo e relacionado com os mistérios órficos e mitríacos, está a revolução gnóstica que veio a florescer durante o liberal e pacífico reinado de Adriano. Os Gnósticos levaram as ideias de Pitágoras, de Platão, os mistérios Órficos, a astrologia greco-babilónica, a doutrina egípcio de Maat e o evangelho de Cristo e deram-lhes completamente a volta. Essencialmente os gnósticos dizem que o criador do mundo foi um impostor que reclamou ser o deus único mas que existe um outro ser, maior e mais poderoso, que nunca ninguém poderá conhecer ou entender, que está para além da compreensão do Deus deste Mundo. Eles reclamam que o criador do nosso mundo e dos anjos, tiraram a luz que é somente um reflexo desde ser superior e que o aprisionaram em carne e matéria, fazendo que o que era imortal, esteja sujeito à morte e decadência. Aquele que compreender isto, tem o poder de rejeitar a dominação do criador do mundo e sobrepor-se pondo-lhe um fim aos ciclos de reencarnação que colocaram as nossas almas escravas ao ciclo de vida e morte. Aquele que obtenha a gnose pode erguer-se e juntar-se à origem de todo o amor e de toda a luz, que é o Deus Desconhecido que habita além do nosso escuro e pequeno universo. Os grandes professores desta doutrina revolucionária viveram durante o tempo de Adriano e Antínous e ensinaram em Alexandria, no Egito. Entre eles, São Valentim de quem deriva o nome do famoso dia os namorados e outro com o nome de Carpócrates que esteve presente em Alexandria quando a corte imperial passou pela cidade. A cidade Sagrada de Antinoópolis oferecia segurança aos livres-pensadores de todos os géneros e foram bem-vindas as várias escolas dos Gnosticismo. As suas ideias pareciam ter colorido a religião de Antínous, especialmente porque eram abertos à homossexualidade. A morte de Antínous é tradicionalmente visto como um sacrifício para benefício de Adriano e todo o Império Romano mas também pode ser visto através da filosofia gnóstica como a negação de Antínous a continuar num mundo de morte e renascimento. Sempre se suspeitou que um dos impulsos que fez Antínous saltar para o rio Nilo foi o desejo de preservar a sua jovem beleza da idade e decadência. Alguns sugeriram das evidências das estátuas posteriores, que a sua face de rapazinho estava a ganhar formas de adulto e o cabelo a esconder as suas bochechas perfeitas. Se assim é, então Antínous atirou-se para as ideias do gnosticismo de restituir à carne o seu mais perfeito estado em favor do eterno e desconhecido mistério que está para além do cosmos e do grande rio das estrelas.

 
   
ANTINOUS ANTENOCITICUS

A Religião de Antínous também fez o seu percurso até às populações do norte. Primeiro entre as tribos celtas, sob os auspícios das suas divindades, Maponos e Belenus. Ele foi compreendido entre os celtas como um da linha da juventude, divindades que foram outrora mortais e que obtiveram imortalidade através de conquistas heroicas. Os aspetos mais inovadores de Antínous Celta foram apresentados por Philip Bernhardt-House, doutor da Igreja de Antínous. Um Templo de uma pequena divindade chamada Antenociticus que foi descoberta somente há cerca de um século numa fortaleza construída como parte da grande muralha de Adriano que vai de uma ponta a outra de Inglaterra. A muralha foi construída antes de Antínous aparecer na vida de Adriano mas este templo parece ter sido construído depois da religião de Antínous se espalhar pelo mundo. Os nomes das duas divindades são muito familiares, talvez por causa da má pronúncia ou até do esforço de assimilar Antínous na religião britano-romana e nas populações circundantes. Este Antínous Antenociticus é importante porque mostra que o espírito de Antínous encontrou o seu lugar mesmo entre os ancestrais das nações de língua inglesa, que tinham emergido como os herdeiros desta nova religião. Apesar de a Britânia ser a mais distante de Roma, tornou-se a grande concretização do mundo moderno. O Império Britânico e a sua filha, América com a sua cultura popular, são a nova Roma. A ideia de um mundo de paz e estabilidade que era o sonho de Adriano encontrou as suas primeiras realizações desde a sua era dourada. Esta semente de Antínous planta num pequeno e obscuro Templo na fronteira do grande e amado Império Romano, na idade dos Antoninos que floresceu no nosso tempo. A veneração destas divindades celtas é a mesma veneração do rapaz que caiu ao rio Nilo.

 

 

ECCLESIA ANTINOI